sábado, 10 de outubro de 2009

Companhia real ou agregado emocional?


Quando ficamos sozinhos, isso dói. Daí, compreendemos que ainda não temos maturidade para ficarmos em nossa própria companhia. Se não gostamos de ficar com a gente mesmo, como podemos achar que gostamos de ficar com outro - e com a gente junto? E se ficar com o outro for um vício, um receio, um medo de estarmos junto da gente mesmo? 


Do que temos medo? O que não queremos descobrir? Quem foi que ensinou a gente a ser assim?
Ninguém nasce acompanhado, todos morrem sozinhos; é claro que precisamos de gente ao lado, pois necessitamos nos relacionar; porém, quando esses relacionamentos começam a nos prejudicar, qual é a lógica de continuar algo que só existe para ocupar lugar?
Queremos ocupar sempre todos os vazios, mesmo que seja com algo que não valha à pena. Daí, pergunto: não deveríamos aprender a viver sozinhos?
E se aprendêssemos a viver sozinhos, de tal forma que, a cada dia, fosse uma nova descoberta? E cada experiência uma vitória? Não seria inevitável que o nosso brilho atraísse alguém que valesse um poema?
Só merece estar do nosso lado quem vale um verso; se não for assim, só teremos um agregado, um anexo, uma ilusão de que estamos realmente acompanhados; quando, na verdade, sempre estivemos sozinhos, mesmo quando tínhamos alguém do lado.
(Texto: Francisco de Oliveira - out/09/ imagem:internet)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Problemas...quem não os tem?




Não tem como correr, a adversidade chega para todos, inclusive eu e você. Independente do nosso presente ou passado. Ela vai bater a nossa porta. Para alguns com menos intensidade e para outros como uma tempestade.
Existem alguns passos que podemos observar durante a adversidade e nos ensina a passar por esta fase com a cabeça erguida. Vejamos alguns conselhos valorosos.
O primeiro passo é enfrentar de cara a adversidade, não podemos deixar que a decepção nos afogue, nos deixe sem rumo durante muito tempo, é aquele velho ditado a vida precisa continuar. Não tem como parar o tempo, descermos da vida. Não funciona deixar a depressão tomar conta. Enfrentrar ainda é o melhor caminho. Por um tempo até podemos ficar impotentes, com raiva, mas viver deste alimento não podemos jamais.
Todos ao seu redor tem uma opinião a respeito de você e sua problemática. Mas você decidirá qual caminho tomar. Junte forças, de onde? Não sei, você terá que descobrir de onde vem suas forças. Uma mãe quando perde o marido encontra forças nos filhos pequenos que ficaram, a árvore quando quebrada encontra na raiz a força para se reerguer e florescer novamente. "A minha alma anela, e até desfalece, pelos átrios do Senhor; o meu coração e o meu corpo cantam de alegria ao Deus vivo. Até o pardal achou um lar, e a andorinha um ninho para si, para abrigar os seus filhotes, um lugar perto do teu altar, ó Senhor dos Exércitos, meu Rei e meu Deus." (Salmos 84: 2-3)
Os antigos dizem que devemos aprender a sofrer e tirar proveito do sofrimento e Tiago também diz assim: "Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações".(Tiago 1:2) Ele não está nos aconselhando a ficarmos rindo nos problemas, nem que somos bobos de achar a melhor coisa passa por adversidades, ele quer nos dizer que em Cristo Jesus o passar por adversidade significa crescer, amadurecer. E sabermos que a soberania de Deus é a melhor coisa, se hoje não conseguimos saber o porquê, Deus nos ensinará na caminhada.
Não é somente o passar por provações é aprendermos a ser perseverante mesmo que tudo pareça impossível. Um atleta é o melhor exemplo, se ele perde a primeira e para, jamais saberá o sabor da vitória, mas se ele volta aos treinos, luta por tempos melhores a sua chance será muito maior de vencer. Aprenderá que a melhor coisa é lutar contra tudo e todos e perseverar para o que corpo esteja bem preparado, que a cabeça consiga organizar todas as informações.
Toda prova tem uma finalidade, algumas provam nossa fé, outras o nosso amor a Deus outras para nos fazer crescer, outras provam nosso caráter. Mas todas têm uma finalidade dada por Deus de nos encontrar lá na frente diferentes de hoje. Desistir jamais, seguir sempre. "E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma." (Tiago 1:4)
Se você está ai pensando que é só com você que as coisas acontecem, bobagem, é com todos nós, só que alguns desistem no meio do caminho e passam o resto do tempo reclamando da sorte. Outros usam as adversidades para aprender e continuar a luta. Você escolhe qual caminho deseja seguir, se parar, quem agüentará suas reclamações de azar? Só você mesmo, se deseja continuar, você terá caminho e mais adversidades e no final a vida te ensinará muito e viverá mais intensamente cada momento de calmaria.
O último passo da adversidade é a sabedoria. Ela nos ensina a enxergar mais longe, mais claramente e imparcialmente todas as coisas. Falta-te sabedoria? Na sabe onde adquiri-la? Busque-a no lugar mais seguro, onde dinheiro não consegue comprar, mas há um que a deixou para que você a busque. "Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento." (Tiago 1:5-6)
Não importa o tamanho dos seus problemas (adversidade) o que importa é o tamanho do seu Deus para estar ao teu lado, nunca diga ao seu Deus o tamanho de cada problema, mas arrisque a dizer aos problemas o tamanho do seu Deus.
(Silvia Leticia Carrijo - Foto:internet)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Bem viver...




Enquanto os interesses materiais ocuparem o primeiro posto nas mentes humanas, sempre haverá discussões, disputas, desacordos e guerras.

Cuida das tuas palavras se não queres que elas venham a ferir a ti mesmo.

A compreensão não é o conhecimento, mas, sim, um meio para chegar a ele.

O esforço é a manifestação da vontade e é ao mesmo tempo um recurso da mente; é pois o esforço uma força em ação.

Ainda que tenhamos a razão sobre um assunto, a razão dos outros a respeito do mesmo assunto deverá interessar-nos tanto como a nossa.

Que sempre seja Deus quem presida tuas horas de alegria, oferecendo-Lhe, do mais íntimo do coração, tua gratidão por tudo o que Lhe deves e possuis: em felicidade, em conhecimento, em conforto, em triunfos.

As diferenças de opiniões nunca devem suscitar inimizades nem ressentimentos.

Muitas vezes são os fatos que falam, e por eles se interpretam as pessoas melhor que por suas próprias palavras.

A sabedoria oferece ao homem a solução de seus problemas, porém o homem faz de cada solução uma quantidade de problemas.

É de vital importância para a vida do homem que os pensamentos sirvam a seus propósitos, em vez de estar ele a serviço deles.(Raumsol)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Confundimos com amor outros sentimentos





255 - INTERPRETANDO O AMOR


- Não, menina, você não tem a mínima idéia do que seja amor, do que esta palavra mágica realmente significa!
- Mas Papai!...
- Você nem bem saiu das fraldas, ainda... e já quer falar de amor!...
- Mas Papai!...
Vendo que a conversa com minha filha estava tomando o rumo de uma desagradável discussão, resolvi amainar as velas, voltando ao início.
Ela só tem quinze anos e está apenas começando a soltar as amarras.
- O que quero dizer, é que hoje em dia só se fala em amor. Todos usam e abusam desta palavra . Quer saber? Vamos fazer um jogo. Eu vou falar de gente, de animais, de objetos e você me diz se as ama ou não; de acordo?
- Como assim, Papai?
- Por exemplo, vou dizer a palavra “Papai”  e você me diz se o ama ou não, está bem?
- Ok, mas não acho graça nenhuma, viu?
- Mamãe
- Amo!
- Pizza
- Amo!
- Ama? Pizza e Mamãe? Ama do mesmo jeito?
- Não, Papai; claro que não!
- Mas você disse que as ama – e disse do mesmo jeito...
- Ah, você está me confundindo!
- Não. Eu só quero que você veja que há diferentes formas de amar, de gostar, de apreciar, de se apaixonar, de simpatizar....
- Eu sei, eu sei que não é a mesma coisa!
- Você acha que sabe, mas como não tem prática, pode enganar-se facilmente. Acha que ama, e na verdade, sente apenas simpatia...
- Tem razão, Pai; e eu tenho culpa se existem muitos meninos simpáticos no mundo? E depois, não era disso que estávamos falando...
- Bem esta não valeu. Vamos continuar.
-  Mas não vale trapacear!
- Mas eu não trapaceei. Só falei uns nomes. Você é que disse....
- Está bem, está perdoado, por esta vez. Vamos adiante.
- Escola
- Odeio!
- Férias
- Amo!
- Bicicleta
- Amo! Mas só em dias de sol! Quando chove, odeio!
- Videogames
- Amo!
- Teu irmão
- Odeio!
- Puxa! Tem uma guerra aqui dentro de casa e eu nem sabia!
- Bem, não é guerra, mas também não é fácil suportá-lo!
- Teu amiguinho Felipe
- Amo! Amo de paixão, pai! E não é meu amiguinho; é meu namorado!
- Puxa! Já estamos indo longe assim, é? E quando é o casório?
- Por mim, até hoje mesmo! Estou louca por ele! Amo-o demais!
Achei que a brincadeira estava indo longe, afastando-se das minhas intenções  e resolvi mudar as regras.
- Bem filha. Até agora você dividiu tudo o que perguntei em duas categorias: as coisas que ama e as que odeia. Certo?
- Sim, pai, mas tem outras coisas que eu nem amo nem odeio. São indiferentes.
- Por exemplo?
- Por exemplo o cachorro do vizinho, o Bobby. Por mim, não ligo mesmo. E a moto do primo Alberto. Ele sempre me convida, mas não tenho vontade. Não me dá gosto.
- Fico contente com isso. Contente e aliviado. Um perigo a menos.
- E depois, tem os professores. Podiam mudar todos, que não sentiria falta.
- Bem; então, até agora temos três categorias: o que você ama, o que odeia e o que não faz diferença nenhuma. Ok?
- Ok.
- E isto inclui gente, bichos, comidas, lugares, circunstâncias...
- O que são circunstâncias, Pai?
- São acontecimentos: como ir a um cinema, a um parque de diversões, a uma festa...
- Entendi.
- Agora, vamos “quantificar” . Quanto você gosta, ou quanto odeia. Entre dez pontos e cem .   Pronta?
- Pronta , pai!
- Papai:
- Gosto cem! Disparado!
- Aduladora!
- Como?
- Eu disse “ aduladora” – em palavras pobres, “puxa saco” – sem hífen, agora.
  Vamos adiante: Mamãe:
- Depende. Às vezes  gosto cem, às vezes odeio cem. Em geral gosto cinqüenta.
- Não a deixe saber disso, filha.  Mas por quê? Pode me explicar?
- Sim, pai: ela é ótima quando me dá carinho, me compra coisas, me faz comidinhas boas, vem me dar a boa noite; coisas assim, você sabe, não é?
- E quando não é?
- Quando briga, quando resmunga porque uso roupas muito apertadas – mas está na moda, não é? – quando me tira à força da cama para ir à escola, quando junta no chão, no meio do quarto, todas as roupas que eu deixei pela casa. Odeio, odeio mesmo, quando ela faz isso!
- Acha injusto?
- Injusto e errado. Isso prova que é ela que me odeia.
- O que ela deveria fazer?
- Ah, dar um pouco de atenção, arrumar.... passar a ferro, sei lá... colocar em ordem no armário...
- Mas não pode interferir, não é?
- O que é “interferir”?
- É meter-se num assunto em que não se é chamado, enfiar-se no meio,  obrigar os outros a fazer o que não querem.
- É isso mesmo, pai!
- Então, em lugar da Mamãe, seria melhor ter um robô, uma máquina de arrumação. Você passa pela casa, veste as roupas, troca-se, despe-as, larga-as onde caírem, e a máquina escolhe se tem que lavá-las ou passá-las, ou repô-las no armário. Sem reclamar, sem  gritar, sem amontoar nada no meio do quarto...
- Boa, pai! Você acaba de inventar a máquina ideal para adolescentes,  quase-adultos, necessitados mais de assistência técnica, do que de broncas...
- E depois, na cozinha, colocamos uma máquina de fazer as comidas. Gritamos: macarrão! E ela tira do armário o pacote de espagueti, põe a água para ferver, o sal, os pratos na mesa, enfim, o circuito completo. Depois do almoço, a gente grita:- “Arrumar a cozinha!” e o robô joga fora o que sobrou (não há coisa pior que comer sobras do almoço no jantar) lava a louça, enxuga, guarda no armário, espana, passa a vassoura e apaga a luz. Que tal?
- Bom também este, papai. Mas o melhor é o da roupa...
- E depois, tem uma terceira maquininha; a que vem esticar os cobertores,  verificar se você está bem, se não está com febre -  trazer um copo de água;  te olhar com carinho e te desejar a boa noite, antes de apagar a luz.
- Ah, Pai, agora você está  extrapolando. Esta me gozando! Estas são coisas de Mamãe! Nunca um robô faria uma coisa dessas. E mesmo que fizesse, não teria graça nenhuma. Seria pura mecânica!
- Oh, ótimo! Chegamos onde eu queria. Na parte mecânica o robô seria insubstituível. Mas na parte afetiva, quando entra amor, afeto, carinho....
- Qual é a diferença entre os dois, Papai?
- O afeto é o que você sente, sem precisar mostrá-lo a ninguém. O carinho é a demonstração externa do afeto que você sente.
- Entendi. Eu tenho afeto por você , mas às vezes respondo com pontapés. Falta carinho...
- Verdade. Mas isso é muito freqüente. Conviver cria vícios de comportamento. A gente esquece de dizer “Eu te amo” esquece de se acarinhar, de beijar, de ficar junto.
- Ah, eu queria fazer isso com o Felipe, o tempo todo! Mas sei que vem bronca, e então, me seguro...
- “Se segura”? E esse seu comportamento escandaloso seria um “me seguro”?
- Ah Pai, os tempos mudaram. Hoje é assim. Todos os jovens mostram abertamente tudo o que pensam e que sentem...
- Pode ser... Mas penso que um pouco de recato não seria má idéia...
- O que é recato, pai?
- É exatamente o que você disse antes: “segurar-se”, manter secreta uma parte do que se sente, ter vergonha de se abrir demais e receio de levar um tapa, quando espera um carinho...
- Bom, papai. Agora você está chegando longe demais. O que pode um dinossauro saber, do que anda no coração dos garotos?
- Muito, muito. Não esqueça que este dinossauro foi um garoto, igualzinho a vocês  e que sentiu tudo o que vocês sentem. Só que tinha a obrigação de se guardar, de não demonstrar o que estava sentindo.
- Mas por quê ?
- Porque as pessoas que se dão demais, tornam-se vulneráveis!
- “Vulneráveis” seria como “malvadas”?
- Não, não. O contrário. Vulnerável é a pessoa que se pode ferir facilmente. Como você quando o Alfredo disse, claramente, que você era uma boba e não estava mais interessado em namorar com um..... ele disse  “bofe”? Foi?
- Ah, isso é outra coisa, não tem nada a ver com o  que estamos discutindo.
- Não? Pensei ter visto você triste, aborrecida, chorando...Ficou dois dias só comendo batatinhas fritas....
- Foi de raiva.
- Não. Foi uma alma ferida. Vulnerar, no velho latim, quer dizer ferir.
- Está bem, pai. Você quer ter sempre razão. Mas você é muito traiçoeiro, com as palavras. Preciso me cuidar.
- E cuide-se também com os garotos. Mantenha a guarda alta, não dê bandeira demais, não solte os seus demônios!
- Ah, Pai, finalmente! É assim que se fala! Agora te entendo. Eu te amo cem, Pai!. Duzentos, vá! (Texto: Romano Dazzi -  foto internet)


domingo, 4 de outubro de 2009

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS



Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz;

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;

Onde houver erros, que eu leve a verdade;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar, que ser consolado;

Compreender, que ser compreendido;

Amar, que ser amado;

Pois é dando que se recebe;

É perdoando, que se é perdoado;

E é morrendo que se vive para a vida eterna.